quarta-feira, 9 de março de 2011

As aulas de piano e o boicote do amor.

Quando tinha mais ou menos 5 anos os meus pais acharam que era a altura perfeita para ter aulas de piano.
Contra vontade lá fui. Não que tivesse voto na matéria. A verdade é que também não tive voto na matéria no dia em que me cairam os dois dentes da frente, e a minha mãe me decidiu cortar a franja a direito ( sim tudo no mesmo dia ), a isto sucedeu passar à frente do meu irmão mais velho depois de tal crime ter sido cometido. O resto deixo à consideração da vossa imaginação.

Mas voltando às aulas de piano. Aquilo era a verdadeira tortura, enquanto todos os meus amigos brincavam na rua, eu era arrastada de trombil feito para uma bela moradia onde passava algumas horas de algumas tardes a tocar piano e a copiar pautas. O que aprendi de piano foi nada.
O que aprendi sobre esconder-me em casa da avó da minha grande amiga lá da rua foi que não era boa ideia porque o meu pai ia-me fazer chorar quando me encontrasse.Ou fingir que estava muito mal e que seria bem pior ir para a aula.

Só que houve uma altura em que a querida da professora arranjou um namorado. E as horas que passavamos a passar pautas eram em muito superiores às horas em que tocavamos piano. E aqui as aulas ganharam um novo fascinio. Com 5 ou 6 anos Ana e o grupo de pequenos pupilos da arte do piano descobriram que espreitar pelo buraco da fechadura podia ser bem divertido. E as coisas que aprendemos sobre o amor foram imensas. O final da história daquele romance deu em casamento e numa pequena cria ( confesso que não vimos nenhum momento de tentativa de concepção... mas pouco faltou! ). Mas não teve um final feliz.

Conclusão... Se tivesse realmente aproveitado o tempo para tocar piano e copiar pautas hoje podia ter uma coisa destas lá em casa.



( Piano Revestido a Cristais Swarovski CrystalRoc, em colaboração com a Stenway & Sons )


E a ter muito menos aptência para a curiosidade sobre a vida alheia.

Mais uma vez a culpa é do amor.

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