domingo, 9 de dezembro de 2012

Usados

Não me posso queixar da falta de amor.
Nem de falta de afecto, preocupação, carinho ou mensagens de incentivo.

Não me cansarei nunca de dizer que tenho uma família maravilhosa e a verdade é que tenho amigos que me dão chapadas para acordar e festinhas para ficar aconchegada.




Ter isto tudo é uma sorte que lamentavelmente compreendo que algumas pessoas não têm.

Perco mais eu a paciência comigo do que eles. Perco mais eu a vontade de aparecer do que eles que eu apareça.

E vejo na cara de alguns deles a desilusão quando percebem que não podem puxar por mim. E não é justo.

Há momentos na nossa vida em que achamos que já aprendemos a lição. Que já não nos vamos deixar ser atacados pelo mesmo vírus, que somos fortes o suficiente e temos anti-corpos.

Estou num daqueles momentos da minha vida em que aprendi uma lição : não existem anti-corpos emocionais. Comprometendo assim os momentos referidos anteriormente.

Sei que é normal sentir-me assim. Sei que apesar de todo o conforto que me dão, de todas as palavras de incentivo e de força é normal estar assim.

É esquisito perceber que somos descartáveis. Nunca consegui ignorar ou deixar estar.
E é por isso que sinto um misto de revolta e "inconformidade". Não consigo estar em pleno para todos os que estão lá para mim. E deixo-me levar pelos momentos menos bonitos que a realidade nos dá.

Sei que há quem se regozije com isto. Sei que há quem pense que é bem feita.

Houve um dia em que eu decidi seguir o coração. E nesta guerra do racional vs emocional existe uma parte de mim que se ri disto tudo. Por esse dia ter acontecido. Por eu ter tentado. Por eu ter falhado. E acima de tudo por eu sentir que merecia um motivo para continuar apaixonada por isto tudo.

Ridícula.

13 comentários:

  1. Costumo seguir o teu blog mas nunca comentei...não porque não goste,senão não visitava :) mas por preguiça! Mas hoje, "ler-te" tão desiludida obriga-me a escrever...
    Quando se escolhe seguir o coração e privilegiar o nosso lado emocional é normal cair, ter desilusões. Foi isso que sempre fiz. E faço. E caio. E sigo em frente :)
    Levanta a cabeça :) Há tanta coisa por aí que nos vai iludir, desiludir...
    O nosso problema é quando é bom...é muuuiiitttooo bom, mas quando é mau...sentimos horrores!
    Toca a esquecer e sempre a sorrir :D
    beijinhos***

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    1. Podes crer! Obrigada pela força! :) Isto passa... claro... tudo passa ou se esconde.
      Mas é estranho sempre... principalmente quando nos sentimos quase abandonados, como se fossemos lixo.

      Beijos! :)

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  2. Ana, gosto muito de ler tudo o que escreves, mas estes textos deixam-me sempre com vontade de te dizer: Estamos aqui (mesmo virtualmente), nunca te esqueças disso, e mesmo que pareça estranho uma "meio desconhecida" dizer isto, sabes que podes deitar tudo cá para fora quando quiseres e precisares.

    Beijinhoooooooo

    SMILEEEE

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    1. Obrigada pequena Ana! :) Não te deixes tu ir abaixo pelo coração! ***

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  3. este texto deixou-me com um aperto no coração. não sei que dizer, mas senti que devia dizer algo... um beijinho grande. Mafalda

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    1. Querida Mafalda,
      Tu que sempre estiveste ao meu lado, ou virada de frente para mim, sabes bem que tenho um dom especial para a queda, e para escolher as pessoas que me dispensam com facilidade.

      Obrigada por tudo sempre *

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  4. Costumo seguir o blog mas não tenho muita coragem para comentários, confesso que muitas vezes por preguiça. Mas hoje senti necessidade de te dizer o quanto o teu trabalho neste blog é grandioso e gratificante para quem o lê e o quanto o teu trabalho é significativo. Ás vezes a vida coloca-nos obstáculos no caminho e nós devemos superá-los e guardá-los como ensinamentos para o futuro.És uma princesa, levanta a cabeça e segue em frente pois dias melhores virão.
    Força

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    1. Oh... Obrigada!
      Estou por todos os motivos ansiosa por partilhar esses dias melhores convosco!

      Muito obrigada por teres tido a paciência de deixar este comentário!

      Um beijinho grande*

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  5. A frase pode ser meia lame mas fica a intenção: "Levanta a cabeça Princesa , se não a coroa cai."

    Beijinhos Ana

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  6. Acho que não há quem se consiga efetivamente proteger ou criar anticorpos definitivos. Chega um dia e pimba, quando damos por ela já estamos infetados. Se calhar há quem consiga, mas quem é que quer viver só com o seu lado racional?

    Eu já bati muito (oh céus, tanto!) com a cabeça, e se de todas as vezes acabou por passar, a verdade é que sempre que acontece achamos que é cada vez pior e não vai passar nunca. Mas passa. E um dia dás por ti infetada com o vírus outra vez mas é um vírus que não te faz mal, que te vai valorizar e fazer feliz. É nisso que tens de acreditar e força aí.

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  7. Olá :)
    Sigo o teu blog, não todos os dias, mas apareço de quando em vez.
    É a 1ª vez que estou a comentar.
    Não sei o que se passou na tua vida, mas já deu para perceber que já tiveste melhores dias.
    A única coisa que te posso dizer é, coragem e cabeça erguida. Como diz o outro, "heads up princess, or the crown will fall".
    És jovem, tens uma família que te adora, se não me engano tens uns amigos de 4 patas bem fofinhos e simpáticos :), tens a tua vida à tua frente. Por pior que te sintas agora e neste preciso momento, isto vai passar. Esta merda toda que atravessas, essa tristeza, vazio e desamparo que sentes, vai passar. Um dia destes acordas e isto será o teu passado, porque a tua vida, vai ser muito bonita. Acredita em mim, um dias as coisas mudam.
    Não te podendo apertar nos braços para que te sintas melhor, deixo-te aqui um grande beijinho e acredita que ainda vais viver muitas coisas boas e que o amor te espera algures. Não te preocupes, ele um dia encontra-te :)
    Beijo grande.

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  8. Pelo que me é dado perceber, penso que já não és "a melhor amiga da pipoca"... hummmm, cá pra mim aquela cabra fez-te alguma!! Se não for o caso, peço desculpa.

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  9. Ao sentir tudo isso, exactamente da mesmo maneira... Sei o que é, como é, como por vezes, os ombros descaem, os nossos olhos pregam ao chão, a voz falha. Vai passar, pode demorar, pode até ser muito depressa... Depois, acabamos por perceber que tínhamos de ter ficado assim, há sempre explicações, mesmo que mais ninguém as consiga ver. Quando voltarmos a soltar uma gargalhada grande, quando os olhos voltarem a brilhar em sorrisos é porque fomos capazes de reconstruir mais um bocado de nós, crescemos.

    Beijinho, Ana.

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